O médico-higienista e a arquitetura escolar no Brasil sob o prisma da educação sexual entre os séculos XIX e XX
Abstract
O presente trabalho buscou compreender como se dava a educação sexual no âmbito educacional brasileiro durante a transição e/ou ruptura do período imperial para o republicano, mais precisamente entre os séculos XIX e XX. O estudo teve a pretensão de historiografar a relação entre os médicohigienistas e os grupos escolares (projetos arquitetônicos escolares) no Brasil, sob o prisma da educaçãosexual, entendendo que esses dois segmentos apresentavam estreita ligação justificando o foco de análise. O estudo se desenvolveu por meio da pesquisa bibliográfica, fazendo uso também de fonte iconográfica. As análises foram qualitativas, centradas nas marcas da educação sexual nos projetos arquitetônicos escolares desse período. Considerando os resultados das análises, podemos afirmar que os médicohigienistas aliados aos padres católicos foram os principais mentores pela propagação da educação sexual,
tanto fora da escola como dentro dela, ocasionando com isso, na reprodução de estereótipos de papéis sexuais tipicamente masculinos e femininos. Além disso, era proibido que a educação sexual fosse ministrada pelos (as) professores (as) nas escolas, pois não eram merecedores de grandiosa tarefa.
Analisando a arquitetura dos grupos escolares e a relação com a educação sexual confiada e reservada à família, observa-se que os seus projetos arquitetônicos, idealizados principalmente pelos médicohigienistas, foram muito bem planejados para conseguir contemplar essa ação. A melhor estratégia foi
utilizar as estruturas físicas (paredes e/ou divisórias para separar e destinar os lugares exclusivamente masculinos e femininos), com isso, mantinha-se agora também na escola, a educação sobre sexualidade que era propagada no lar.
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Published
2010-06-11
How to Cite
Santos, L. R. dos. (2010). O médico-higienista e a arquitetura escolar no Brasil sob o prisma da educação sexual entre os séculos XIX e XX. Scientia Plena, 6(3). Retrieved from https://scientiaplena.emnuvens.com.br/sp/article/view/130
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