O papel da etnozoologia para a conservação de mamíferos do Cerrado brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.14808/sci.plena.2021.018001Palavras-chave:
renda mensal, tempo de residência, socioeconomiaResumo
Neste estudo, investigamos as práticas etnozoológicas adotadas pela população do assentamento São Domingo dos Olhos D´Água (SDOA) para a conservação de mamíferos em uma paisagem fragmentada do Cerrado, no sul do estado de Goiás, Brasil. Inicialmente, realizamos levantamento da fauna de mamíferos nas áreas de reserva legal da SDOA por meio de busca ativa e entrevista. Posteriormente, aplicamos questionários socioeconômicos e etnozoológicos a 30 pessoas para investigar a associação dessas duas abordagens na conservação de mamíferos. Encontramos 14 espécies de mamíferos de grande e médio porte (5 espécies ameaçadas) no assentamento SDOA. Mais de 90% dos entrevistados têm baixo nível de escolaridade, idade entre 45 e 77 anos, tendo a agricultura e a pecuária como principal atividade econômica. Todos os entrevistados residem na área há mais de 10 anos, sendo que 67% disseram que não pescam e 90% que não caçam na área. Os habitantes do SDOA conhecem sua fauna de mamíferos, independentemente da formação escolar ou da prática de caça e pesca. Por outro lado, a renda mensal e o tempo de residência no assentamento são fatores socioeconômicos que afetam o grau de percepção sobre a fauna. Estudos etnozoológicos associados a fatores socioeconômicos é uma abordagem importante na predição do conhecimento sobre a biodiversidade local.
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